sexta-feira, 16 de julho de 2021

CAVALOS SELVAGENS, ROMANCE ARREBATADOR DE SILAS CORRÊA LEITE, ENTRE O FANTÁSTICO, O NUMINOSO E ALGUM REALISMO MÁGICO

 


Lançamento

Cavalos Selvagens, o novo romance de Silas Corrêa Leite, de novo surpreende, cativa, emociona.

“...quem somos nós, autointitulados humanos, senão meros cavalos passando de mão em mão e servindo como veículos para que a vida possa escorrer por meio de nossas existências? – Roberto Damatta

-Como em seus outros diferenciados romances anteriores, o polímata Silas Corrêa Leite de novo se supera. Seu novo livro, bancado pela LetraSelvagem (SP) e Kotter (PR) - Editoras que inauguram parceria de coedição - começa como se em um thriller desesperado e assustador, já iniciando a própria dicotomia que funda a obra como um todo, feições entre a vida morrendo e a morte nascendo, nesses entremeios o medo, o desespero, revisitanças, mais doces e amargas memórias, passagens de vidas a limpo, a corrida contra o tempo, desvãos de almas, tudo isso partindo de uma doença fatal, da capital, para o interior, mais precisamente Itararé, sudoeste do Estado de São Paulo, divisa com o noroeste do Paraná, e ali finca-se o palco do romance em que o cavalo selvagem pode ser apenas uma metáfora de tudo o que somos, como em Hamlets, carnicentos e afins. Diz o rock Cavalos Selvagens “A infância é algo fácil de viver(...)/Você sabe que não posso deixar você deslizar pelas minhas mãos(...)/Cavalos selvagens não conseguiriam me levar embora(...)/Eu assisti você sofrer uma dor lancinante(...)/Nenhuma saída ligeira ou falas nos bastidores(...)/Podem me fazer sentir amargurado ou lhe tratar com grosseria - Wild Horses, (Composição de Keith Richards / Mick Jagger).

O livro em si, como se sob o foco dessa música, quando o autor, mais dez anos atrás escreveu esse romance que, como todas as obras dele, partem de um situação inusitada, crucial, quando não fatal, para o desenvolver do enredo como um devaneio de jorros neurais criando em disparada; como em Cavalos Selvagens romance que, mais uma vez, revela o escritor, blogueiro, professor e escritor premiado, surpreendendo pelo estilo, também ele mesmo um cavalo selvagem, nessa manada contemporânea de idiotas entre hordas fascistas em tantos estábulos de uma manada alienada. Nesse romance meio macunaímico pelas reviravoltas, narrativas sobre uma vida que vai findar, uma vida que acaba de nascer, e nesse prisma Silas Corrêa Leite focaliza o fio da trama, e vai tecendo rumos romance a dentro, o local ermo, a vida se esvaindo, o sangue de seu sangue que brota no rancho ermo sem recursos, uma charneca, e o personagem principal, um executivo sedentário que nem sabe fritar um ovo ou lavar um lenço, tem que cuidar de um recém-nascido, perseverar e preservar a vida do único remanescente de seu clã na face da terra, condenado que está. Como não se perturbar lendo, como não acompanhar a arte do escritor, ora a galope nas circunstancias terríveis e terminais, ora amansando a fera do momento, como parte do rebanho. No prefácio, o reconhecido literato, Joaquim Maria Botelho (ex-diretor da UBE-União Brasileira de Escritores) já bota água na fervura, bota fogo no chão, e apresenta o livro e o escritor dizendo, entre outras coisas: “O texto de Silas Corrêa Leite não é texto de quem vai à esquina, comprar fósforos para acender o candeeiro, com tempo, antes que escureça. É texto de quem vai longe, num andamento agalopado, meio frenético até, levar uma notícia que não pode esperar. Nessa corrida, é como se o exagero de ar batendo na cara da gente sufocasse, de tanto pensamento, de tanta reflexão, de tanta posição tomada. O leitor é o cavaleiro, no lombo dessa narrativa de aparente atropelo(...). No caminho, a cavalgada solitária leva a meditações e faz a realidade transitar para o sobrenatural. E surgem as assombrações, os medos atávicos que nos perseguem desde as cavernas mal iluminadas, antes da invenção do fósforo e do candeeiro. E lá se vai o mensageiro, metido em suposições e mistérios”. Prepare-se: você vai entrar nesse livro, ou, nessa baia, por assim dizer, e se sentir sobre o cabresto da leitura e o pelego das contações, talvez também se revelando um cavalo garraio se olhando no espelho da espécie, nas aparências que ficam, que foram, que virão. CAVALOS SELVAGENS é isso: um romance para você montar nele e curtir a narrativa, pois a “vidamorte” mesmo pode ser só isso, uma corrida contra o tempo, contra o tal final feliz em que todos morrem, já que o que o maior desfecho pode ser um páreo duro de saber, mas bonito de se ler e se situar, se sentido parte do cocho que, afinal, pode ser isso que rotulam de existir. Temos, dessa forma, num romance ultra contemporâneo e pós-moderno, drama e suspense reunidos em um só livro... quando a morte é o grande eixo da trama, talvez seja melhor desmontar da pose e pegar gosto na cavalgada da leitura.

Clarice Lispector disse: “O mistério do destino humano é que somos fatais, mas temos a liberdade de cumprir ou não o nosso fatal: de nós depende realizarmos o nosso destino fatal. Enquanto que os seres inumanos, como a barata, realizam o próprio ciclo completo, sem nunca errar porque eles não escolhem. Mas de mim depende eu vir livremente a ser o que fatalmente sou. Sou dona de minha fatalidade e, se eu decidir não cumpri-la, ficarei fora de minha natureza especificamente viva. Mas se eu cumprir meu núcleo neutro e vivo, então, dentro de minha espécie, estarei sendo especificamente humana. (in, “A paixão segundo GH”)

Eis o romance CAVALOS SELVAGENS, eis a fatalidade romanceada entre a ração, a razão e o chicote da vida abrindo veredas, trilhas, iluminuras, vertentes e histórias cavalares.

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BOX:

Link para compra e informações sobre o autor e o livro:

 https://kotter.com.br/loja/cavalos-selvagens-silas-correa-leite/

Kotter Editorial

Rua das Cerejeiras, 194 – Curitiba, Pr

Telefone: +55 (41) 3585-5161

Email: contato@kotter.co

Autor: poesilas@terra.com.br

Pedidos de livros também podem ser feitos pelo e-mail: atendimento@kotter.com.br

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

O LIXEIRO E O PRESIDENTE, Romance Social de Silas Correa Leite, Lançamento


 

 

Lançamento, Romance Social

 

Lançamento do livro O Lixeiro e o Presidente, de Silas Corrêa Leite

 

O Lixeiro e o Presidente

 

Mais do que um chamado “romance social” datado, crítico, irônico e destroçador, além de ser mais uma obra polêmica e diferenciada do autor, “O lixeiro e o presidente” tem tom de denúncia, de apontamento, investe na reconstrução sistêmica por meio da ironia e de outras escol(h)as literárias para, a partir desse lugar de fala/escuta da literatura levantar material histórico e repensar o espaço público. O LIXEIRO E O PRESIDENTE por meio de memória histórica/política/literária possibilita repensarmos aquilo que é/seria o agora da vida no âmbito público, mediante as vigas históricas desse finito, ou sistema que o antecede (…) “O lixeiro e o presidente” tem uma narrativa difícil de catalogar; seu gênero textual torce a ideia de romance e se aproxima da crônica, e do texto acadêmico, pois também é teórico. Um aspone ao lado de um Fernando Dois (e de “Fernando em Fernando o Brasil foi se ferrando”, disse o poeta), contando como é, como foi. Lixos, desmandos, bastidores e acontecências de um Palácio do Planalto em que a faixa presidencial foi literalmente jogada no lixo, e o real do plano econômico foi um embuste, sustentado por privatizações-roubos, (privatarias), moedas podres, engavetamentos de denúncias, entre achismos e mesmices de dentaduras, nhenhenhéns e outras falcatruas palaciais. O LIXEIRO E O PRESIDENTE vai botar a boca no trombone. Salve-se quem puder. Prepare-se. Entre pela porta dos fundos da história e remexa o lixo antes que proíbam o perigoso livro.

Inverno 2019 - ISBN: 978-65-80103-30-0

198 págs. Selo SENDAS da Kotter Editora, Pr


O AUTOR:

Silas Corrêa Leite

Poeta e escritor premiado nas horas vagas de reger aulas vivas, um criador que vaza pensares sobre seu tempo tenebroso (Brecht), sentidor e inventariante de incêndios, o autor Silas Corrêa Leite, zen-boêmico pela própria natureza, sonha consertar discos voadores, e, como disse no Programa Provocações da TV Cultura, de Antonio Abujamra, “corta os pulsos com poesia”. Plantador de livros polêmicos e diferenciados, acredita na arte como libertação, escreve alucilâminas, desvairados inutensílios e bulbos da sociedade pústula, ganhou prêmios de renome, consta em antologias e sites importantes, até no exterior. Sua frase predileta é “Feridos Venceremos”.  O LIXEIRO E O PRESIDENTE é apenas um relato dessa turva terra brasilis, feito antena da época (Rimbaud), pois, parafraseando Caetano Veloso, “desperto ninguém é normal”, e, se toda a história é remorso (Drummond), nesses bicudos anos neoliberais de muito outro e pouco pão, somos todos animais perante a lei, mas o homem-animal-político (Aristóteles) berra as sequelas sociais do ódio customizado, pois, como cantou Cazuza, os imbecis estão no poder, e o fascismo que sempre está no cio (Maiakovski) fede. Contar é preciso. Salve limpo perdão da esperança? A arte como libertação. O LIXEIRO E O PRESIDENTE como registro e delação. 

Contatos com o autor: poesilas@terra.com.br
 
 

 

 

 

 

sábado, 12 de março de 2016

Desestórias; O Maravilhoso Livro Louco de Marcia Denser, Iluminando a História da Hipocrisia Mundializada


Breves Apontamentos de Rebites para Um Rascunho de Quase Resenha Cítrica:

Márcia Denser, Sangria Desatada em Suas “Desestórias”


Rastilhos em Polvorosa em Apontamentos Para Desestórias

01.Tô na "leção!" da Márcia, PQP, que tornado de informações, lucidezas, ela ferina, libertária, mordaz, alucilímpida; um livraço, vale quando pesa, quem não ler é desconectado do que realmente se passa nos bastidores dos totens, antros, subterrâneos de pompas, o raio que o parta. Aliás, o livro é um raio abrindo memórias ressentidas, ressecadas, vc acaba por rever-se no aparelhamento da história como um coice, uma aula, uma lição, um verdadeiro mapa mundi de sepulturas malcaiadas, e tem que ler bebendo - para não acabar numa roleta russa de remorso e estupidez...

02.Que loucura o livraço da Márcia, tá tudo ali, um ensaio sobre terremotos; o olhar ferino- mordaz extremamente lúcido dela, libertária, porra louca, em lições de brasis e mundis, aulas sobre tudo, repassando histórias, falsidades, insurreições, um livro-aula-campi, quem não ler nem se sentirá na sobrevivencialização... Tô relendo e anotando, PQP, tb tô anotando me sub/vertendo comentários, porradas, vai ficar uma zona, mas vou indo, que mente vodkiana, hein? Temos que ser resgatados do inferno da mesmice, do achismo, do ódio customizado com rúculas de aberrações, bizarrices e toxinas?

Começo:

“Eu me interesso pela linguagem porque ela me fere ou me seduz”.

(Roland Barthes)

 

-DESESTÓRIAS DE MÁRCIA DENSER – Márcia Escorraçai por Nós

 

Somos todos discípulos do ridículo, somos todos apóstolos do caos, pobres tantãs entre embrutecimentos de comodismos? Parceiros em potencial de analfas, reaças, amebas, consumistas, nessa ridícula e cotidiana rotina pica-couve do raio que o parta a fórceps? Henry Muller, tenha piedade de nós. Irreverente, a escritora/romancista La Denser, o tango fantasma dela metamorfoseando em nosotros caras pálidas seus ledores-camaleões-chacais, numa terra em transe? Ave Césio. Os que vão subviver são uvas verdes no rede-moinho das aparências hostis. Uma refugiada ou uma desertora, a autora-escritora ela mesma esturricada de contemplações ferinas? Ah, escorraçai por nós. Nós? -Núcleo de Otários Subordinados. Nesses tempos tenebrosos (Brecht), deveríamos todos errantes ser vacinados contra raiva desde o ventre. O escuro é nosso e ninguém taxa. Eis a nossa cota de trevas.  Coxinhas, grávidas e black bloc primeiro; La Denser tirou o medo-rabo do pedestal do lepo-lepo em DESESTÓRIAS, ou não-histórias, crônicas, artigos, opiniões, ensaios, tudo numa leva do bem bolado e bem sacado no estertor. Ah a indignação  pondo mais do que história-remorso. Só mesmo se inventariando do que se enlivra e regurgita seus vagidos narrativos, feito orgasmos múltiplos de doses duplas de realidade e soterramento para o éter-na-mente. Saravá “gentehumana”...  “É nós” nas tretas. O erótico virou pinóquio de chuchu com supositório de comodismo do mínimo impuro, do laquê de impunidade na opus dei da rapaziada, tudo dentro do campo da impune mediocridade-leviatã. É o “anacronismo” de La Denser salpicando de querelas as brutezas da vida. A saci-Denser capitulando em livros suas epístolas, bravatas e panurgismos. Debaixo do tapete infame das etiquetas há muito lixo e talvez até haja mais vidas do que no sofá com vaginas e estercos de sacos roxos com oxiurose. Pois ela discorre brava/mente sobre FHC, blogs, lobbys, 11 de setembro, Tea-Party, Bush e Sherazade. Acredite se quiser. Eu não teria coragem de escrever sobre a Marcia Denser a palo seco, e, falando sério, o selfie pode esperar. Ela é o prego enferrujado do faquir nas etiquetas do deleite derramado. Nas barricadas dos bares da vida ela foi “contracorrentes" (Ítalo Moricone) e nessa contracorrente deixa sua página de sangrias desatadas a evocar por nós, nas labaredas das loucurezas, honrando as calças. Estradas e bandeiras? Abre-se o livro e começa a expectativa já que o estado gozoso tb é lê-la e assim tomar sentido das bandas podres dos curtumes e fermentos dos ciclos historiais minados, e nas catanças de escrevinhares jorram as escrevivências dela, que bota fogo na canjica e relampeja em prismas fumegantes essa sua selvagem/realista literapura.

Ah a banda dos contentes (como diria o filósofo Erasmo Carlos), ela salta o surto com limpidez extraordinária. Alma gêmea? Algemas. O tesão de escrever sola pelos cotovelos e dispara cogumelos-torpedos de enredos ferozes. Transgredir é preciso. Nesse mondo-saigon (em que a terceira guerra mundial já começou e não fomos avisados), Márcia Denser incorpora a alma libertária-femina e escarra na grã-ralé, na grã-finagem-lesma, entre tantos parasitas e mochileiros sem galáxias ostentando o nada e o ninguém, mas ela sucumbe, soçobra no mar de sargaços destilando falatório, palavrórios e outras lucidezas.

Gente é para morrer de fome, contrariando o dizer do Veloso Caetano, isso é o que se lê nas entrelinhas da mundialização de mediocridade universalizada do livro, um clássico. Desestórias é isso; puro sangue - literalmente um pé no sacro das grifes, na patuleia desequilibrada das raves pro açougue das almas, e dos sais nodosos que não tiram a epiderme-cela de cada um. Ah a craca do ego doentio da “sifilização” fazendo pilates para morrer sem sair do lugar que está e é. Juntos somos cavalos? A massa podre desgovernada pela mídia-ração grita: fora cérebro. Mas o aço da palavra da Denser respira pelos gumes das navalhas na carne. Vc só a lê se inteirando se estiver muito bem desperto. Ela flui a narrativa e evoca a literata-libertinagem da verdade que dói mas vc não quer acreditar. Numa sociedade de estercos que sofre o open-doping da mídia-abutre, ela dá seu testemunho de saber lidar com suas estocadas antropogênicas. Que porra é essa?

Ela é toda adrenalina nos passando o que corrói o olhar, o enfoque, a evocação da escrita-salitre. Dá seus cortes, pincela, feito seu testemunho de presença nessa terra cobaia de deuses e pagãos. Criares diferenciados. As máscaras do capital, da política, do NEOLIBERALISMO-câncer, ela tira repentes de teatros figurativos, engessa a imagem e diz: isso não é bem isso. Retrata abismos temporais datados. Ah o cinismo de uma sociedade pústula e seu mundinho de siricoticos com rivotril e ansiolítico e cocaina. Que pocilga é a vida? Tudo cheirando a goma-lacta, creolina, oxxi, crack, e ainda os que vão todo ano num crime lesa-fisco comprar fantasias de Patetas na Disneylândia, sem saber um nada do que rola por trás, no entredentes, nos bastidores, ela mesmo escrevendo como se com uma faca entredentes. Evoé, Baco. Ah os desvãos da alma do lucro-fóssil, a vaca profana dos podres poderes,  num mundo com regras pétreas de imbecilidade, em que ela se exila na escrita como pode... Sorte nossa.

Senhoras e senhores, o circo tá armado e Márcia Denser é um perigo: ela pensa. Mais, ela cria, pior, ela salga essa sodomogomorra que é a vida. Subversiva, intolerante, granada sem pino, fio descascado. Sua açodada visão estrebucha o que tem verniz adulterado, criticando os puteiros do sistema. Desde o capitalhordismo americanalhado, às instituições de fachadas do crime organizado, falsas ofertas e procuras, falso mercado, não obedece, logo, cria. Talvez, afinal, uma revelação dessa fossa borralheira que é a vidamorte sempre a lhe atiçar os ânimos e os olhos, e talvez ainda ela seja de uma forma ou de outra a nossa  trombeta de Arendt tupiniquim. Extraterrestres venceremos? Estamos fudidos e mal pagos. Deixem-na sangrar pra nós, por avessos virais, em seus livros/livrações.  Vinhetas, pertencimentos, perguntações, mulherices, gordices, reflexões criticas, calhordices, detonando o indecente com fachada, pontuando pautas do arco da velha, contra siglas, antros de escorpiões, vertentes de chorumes existenciais... Diz do homem otarius, da consciência perversa, de amnésia histórica, dos nomes do jogo, da vida besta.  Ah DESESTÓRIAS é tudo isso em soma e sumo. Ela vagamundeia o arbítrio, o cético, as ferrugens, num macadame de enxergar o couro grosso da mentira, do embuste, do que contempla com filosofia toda própria e argumentação textamental de fina estampa e grosso calibre, tudo junto e misturado, isso mesmo, um mosaico do que é e não é. Ah, pergunta o leitor atiçado, e o livro Desestórias propriamente dito? Pois é isso mesmo que a teimar estou somando tudo para falar na “livra” que é aqui a enciclopédia (livre) de La Denser. Ela é o livro. No livro ela destripa o mico das inverdades, entre utopias e distopias conta ao seu modo especial, sarcástico, bombástico, deixando o leitor numa zona de desconforto: como pude não pensar eu tb sob essa ótica, ou sacar o indizível que ela na cara dura nomina, ou, pior, muito pior, deixar que eu entenda que tolo e coxinha eu assinei achando que sabia do riscado e a coisa está muito pior pra raça... Somos todos espíritos de pornôs? Vai doer mais em quem ler? Porque não é aceitável assumirmos a comodidade do inferno de nós. Pois esse é um livro que a gente sofre pra caralho na leiturança e muito no final da leitura, como se de toda a existência os acontecidos fossem gatos escalpados entupindo nossa visão com mentiras e lambanças. O pavio curto dela mantém acesa a esperança de que, sim, o mundo acabou, camaradas... A NUDEZ DO Brazyl S/A. A nova geopolítica manda. A nova desordem econômica mundial grassa e detona. As honras são capachos. E tudo cheirando a mofo e naftalina de togas, patentes, tungas, túnicas, igrejismos, palácios, impérios, farsas e fardas. O lixo da história? Ela retrata, conta a sua opinião crua. Diz das estratégias de manipulação da elite. Diz da arte do equivoco, da ideologia do choque e do saque colonial... Privatização da consciência? É com ela mesma. E vai fundo em heresias, rituais, tudo na sua cara...

A crítica a consagra:

“Márcia Denser é densa, vivaça, ferro e foro nas etiquetas:

Suplementopeernambuco - #PernambucoLeu: "Marcia Denser é uma das nossas vozes mais pungentes da literatura brasileira contemporânea. Para traçar o que foi o Brasil nos estranhos anos da virada entre ditadura e abertura política precisamos retornar à sua personagem mais famosa, Diana Marini - Diana caçadora, publicitária, louca e perdida numa São Paulo cinzenta que era no fundo todos nós. DesEstórias marca sua estreia no terreno da não-ficção, reunindo observações sobre literatura, sobre o mundo lá fora e aqui dentro, não deixando escapar nem um restaurante banal onde encontra os amigos, um ambiente em que é "tudo baratíssimo, lembrando um mix de naufrágio com suicídio empresarial no melhor estilo anos 50, uma vez que ainda sobrevive graças à frequência de teatros off-Roosevelt - atores, dramaturgos, diretores, técnicos, público, fãs de tudo isso retra e supra". E quando se olha no espelho não se esquiva de sombras, como nesse trecho em que reflete sobre seu trabalho: "isto não é autoficção, tampouco autonaufrágio, até porque escritor é aquele nadador com várias medalhas olímpicas que, cada vez que chega à beira da piscina, se dá conta que não sabe nadar, já o fez um dia, mas agora ele não lembra, contudo mergulha mesmo assim, toca o fundo e milagrosamente consegue emergir. Absolutamente só e ofegante, mas vivo, porra". E cada vez mais viva!", por @schneidercarpe #instalivros #instabook #literatura #leiamulheres #menos1naestante”

Rir aos quatros ventos. Ferir-se de ler. Ah essa cavalgadura do achismo. Os asnóias precisam de belzeboys e belzebundas para terem altar. Mais médicos? Não, mais médicis... A seco ninguém segura esse rojão, muito bem cantou Chico Buarque, deve ser isso porque a Márcia Denser escreve estopins. O cínico está pegando fogo? Saques o celular. Ah o selvagem coração da divida social dos infelizes miseráveis do progresso sem consciência, em arremedos de fés quase isso mesmo, fezes. E o endividamento moral coletivo? Ah o carnegão da pose. Macacos nos moldam. “Num mundo totalmente globalizado e informatizado, tornou-se impossível ocultar a realidade sob o manto da ideologia”(PG. 279/Desestórias). E descreve sobre Flips, Ongs, Haiti, Delivery, Favela, Jogos, Sacis, Erotismo, preconceito, Feminismo, lobotomia, DogVille, Paulistices, Vinis, Gordier, Bachianas, sítios, rituais, estágios, afins e pertencimentos pertinentes. Sempre com filosofia/sabedoria/acidez narrativa fora de série e as vezes irônica e mesmo muito fora do sério, que nem tudo que reluz é fêmea. Ela faz chover no piquenique das ideias, mostra reinados nus, e saltita aqui e ali sobre a sociedade-cadáver. Gotham City só existe no gibi? Leiam aos poucos. Leiam bebendo doses homeopáticas de vodka russa pura. Vai ser um porre, PQP, as toupeiras vão botar as panelas no vaso sanitário. As hienas vão entrar numa TPM temporã. Ah o conservadorismo e suas pataquadas amorais. Ela traz imagens do pântano, diz de núcleos de abandonos de todos os tipos, conta das tripas sociais (mídia), e expõe disso tudo cicatrizes e sequelas.  Você abre em qualquer pg e lá viça a contação raçuda e logo se sente (está) no finca-pé dessa deriva ao notório como é e vc nem sacava que era. Toma um porre de informações e se assusta. Ela dita o ritmo, dela. Como não saquei isso à época? Se eu contar, vcs não vão acreditar. Leiam a obra. Ah a sabedoria pansexual dessas mulheres que tanto sacam que acabam a mosca na sopa das breguices e achadouros disformes do real. Enquanto o meio desinforma, ela desenforma tudo e revela-se: tá na área é grilo esclarecido. Fica entre uma inventariante de remorsos, de tropeços, de relicários e perdulários.  Com seu software todo peculiar, um imaginário e um conhecimento superior, MARCIA DENSER deixa com esse livro sua marca indelével de uma puta escritora, nessa obra-master em que se afirma nela e nos confirma MÁRCIA DENSER como uma literata monstro.

Querem saber? Leiam o livro.

Depois não digam que eu não disse. Márcia Denser, Escorraçai por nós...

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Silas Corrêa Leite – E-mail: poesilas@terra.com.br

Autor entre outros de GUTE GUTE, Barriga Experimental de Repertório, Editora Autografia, RJ, 2015.

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Livro DESESTÓRIAS, Crônicas e Relatos


Editora Kotter Editorial

332 pgs, 2016 – www.kotter.com.br


 

 

 

 

 

 


segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Árvore de Natal dos Livros de Silas Correa Leite

 
 

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Goto

Surtagens

Gute Gute

Mocorongos

Porta-Lapsos

Pirilâmpadas

O Tao da Poesia

Estados da Alma

Bulbos Transversos

Troios Perigritantes

Raízes & Iluminuras

Trilhas e Iluminuras

Desvairados Inutensilios

Ele Esta No Meio de Nos

O Rinoceronte de Clarice

Os Picaretas do Brasil Real

Campo de Trigo Com Corvos

Assim Escrevem os Itarareenses

O Menino Que Queria Ser Super-Heroi

Não Deixem Que Te Tirem a Primavera

 

Árvore de Natal de Todos os Meus Livros em Prosa e Verso, Entre Ebooks e Impressos

Silas Corrêa Leite – Estância Boêmia de Santa Itararé das Artes, Cidade Poema

Feliz Natal, Feliz 2016, Feliz Livros Novos

Dê Livros de Presentes - Ganhe Livros de Presentes

E Esteja Sempre numa Viagem Rumo ao Futuro

Seja a Sua Vida Um Livro Aberto Sobre Sua Viagem de Existir

 

Os Livros do Autor Silas Corrêa Leite Estão a Venda na Editora Clube de Autores, Autografia, Livraria Cultura, Livraria da Folha, Site Amazon e mesmo em sites e Estantes Virtuais, os mais antigos

Contatos: poesilas@terra.com.br

www.artistasdeitarare.blogspot.com/

 

 

 

 



O Melhor Livro de Silas Correa Leite: GOTO, A Lenda do Reino do Barqueiro Noturno do tio Itararé


O Melhor Livro de Silas Corrêa Leite

 

O Melhor Livro do Literato Premiado, Silas Corrêa Leite

 

 

Começou a escrever precocemente ainda aos oito anos de idade, descoberto pela professora do Curso Primário, em Itararé, SP, onde foi criado desde os seis meses de idade, terra de seu pai, que foi acendedor de lampiões de gás da cidade quando jovem. Com 16 anos, já garçom de bar, começou a escrever crônicas no jornal O Guarani da cidade. Logo completará 50 anos de jornalismo, tendo textos postados em sites da área como o próprio Observatório de Imprensa do Alberto Dines, depois de ter sido filiado desde 1974 na API-Associação Paulista de Imprensa, de ter feito especialização em Jornalismo na ECA/USP, e de colaborar como livre pensador humanista em mais de 800 links de sites, até no exterior, e mesmo no Pravda da Rússia, entre outros sítios de comunicação, de imprensa, de jornalismo livre.

Vários prêmios de renome, até internacionais, consta em mais de 100 antologias literárias em verso e prosa, também no exterior, e na Fundação Biblioteca Nacional, elogiado entre outros por Álvaro Alves de Faria (Jovem Pan) que o entrevistou, Carlos Nejar e Moacir Scliar (ambos da ABL-Academia de Letras), tendo sido destaque na chamada grande mídia como Revista Época, Folha, Estadão, e mesmo na TV Cultura, Programas Metrópolis e Provocações, e na Rede Band, Momento Cultural, Jornal da Noite, Márcia Peltier, entre outras reportagens e entrevistas como membro da literatura brasileira contemporânea, e tachado por Antonio Abujamra e pelo site Capitu de O Rei da Web.

Autor hoje com 63 anos, de vinte livros, inclusive o ebook de sucesso, O RINOCERONTE DE CLARICE, pioneiro, de vanguarda e único no gênero, onze contos fantásticos, cada ficção com três finais, um final feliz, um final de tragédia e um terceiro final politicamente incorreto, destaque na grande mídia inclusive televisiva, recomendado como leitura obrigatória no Mestrado de Ciência da Linguagem, na matéria Linguagem virtual, na UNIC-Sul, SC, tese de Mestrado na Universidade de Brasília e Tese de doutorado na UFAL.

Seu livro O HOMEM QUE VIROU CERVEJA, Editora Primus, crônicas hilárias de um poeta boêmio, ganhou o Prêmio Valdeck Almeida de Jesus, Salvador, Bahia, seus livros CAMPO DE TRIGO COM CORVOS (Contos Premiados, Editora Design, SC), e Desvairados Inutensílios, (Poesia, Editora Multifoco, RJ) concorreram a final no Prêmio Telecom, Portugal, e seus livros O MENINO QUE QUERIA SER SUPER-HEROI (ROMANCE) e GUTE GUTE, Barriga Experimental de Repertorio, Romance, estão a venda como livros impressos e como ebooks para leitura no Kingle no Site Amazon.

Bacharel em Direito, Professor (Geografia, Historia, Filosofia, Ética e Cidadania), Especialista e Teórico em Educação, livre pensador humanista, com várias extensões e especializações, bolsista pesquisador em Culturas Juvenis pela FAPESP-USP, também publicado no Jornal da USP e vencedor do Primeiro Salão Nacional de Causos de Pescadores, promovido pela USP/Estadão/Parceiros do Tietê, escreve contos, microcontos, romances, crônicas, humor (Silas e suas “siladas”), ensaios, resenhas criticas, artigos, está em todas as redes sociais, além de prefaciar livros, ter sido jurado em concursos literários, ter feito palestras em escolas e universidades, ter constado no Vestibular da VUNESP junto com Machado de Assis e Vinicius de Moraes, tendo seu texto O ESTATUTO DE POETA sido vertido para o espanhol, francês, inglês e russo, e elogiado por professor universitário de língua latina em universidade da Ucrânia. Publicado em sites no Brasil, Chile, Argentina, Portugal, Espanha, Moçambique, Angola, Estados Unidos, Itália, Rússia. Uma vida de luta e tanto. Uma história de vitória e tanto. Uma carreira artístico-literária e tanto. Uma trajetória que daria um romance e tanto. Alguém escreverá sua biografia? Alguém fará um mestrado ou doutorado sua obra fora de série? Um escritor muito além de seu tempo...

Entre seus “leitores cobaias”, ou mesmo entre membros fanáticos por ele, do grupo LEIA SILAS, seus diferenciados livros são admirados, contundentes, tendo recebido ótimas críticas de todos eles ao seu tempo, resenhas publicadas na Internet, sites, revistas, jornais, fanzines, e a questão que se nos resta agora, fechando a questão é praticamente essa: Qual O Melhor Livro de Silas Corrêa Leite? Cada um com seu mote, estilo, redação, linguística, com sintaxe toda própria, Itararé sempre sua Neverland, sua Pasárgada, sua Shangri-lá, sua “Dublin”, e depois de pesquisas, comparações, estilos, análises, críticas, releituras, entre os dez melhores deles, depois os cinco, depois os três, e restou afinal o melhor  livro de Silas Corrêa Leite, já um clássico extraordinário: GOTO-A Lenda do Rino do Barqueiro Noturno do Rio Itararé, 432 páginas, Editora Clube de Autores.

Conclusão:

A história de GOTO tem um inicio simples de começo de romance que depois ganha vulto: um menino ribeirinho, deficiente físico, que pede para o pai para ser Barqueiro Noturno do Rio Itararé, baldeando passageiros da margem paulista do rio, para a margem do estado do Paraná. Simples assim a principio. Pois o menino volta cada manhã com a grana recebida, e também com historias pra contar que ouviu entre as barrancas e as travessias. Causos do arco da velha, entre risadorias, tristices e contentezas pra boi dormir. O pai sisudo e com mãos de pardal, de tromba, começa a por desconfio. Será o impossível? Tem cabimento? Pior, quando o genitor vai levar o quantum recebido ao fim de meses para depositar na Caixa, descobre que muito da grana é do tempo da onça, moedas francesas inclusive, da época que Debret ou Saint Hilaire andaram pelas paragens e lonjuras de Itararé e redondezas, na época dos imperadores.

O menino vai contando os causos, com gestual cênico, feito um cinema mental pra mãe e pro pai na matina, cada um mais cabeludo do que outro, acontecências do passado, do presente, do futuro. Que raio de menino entrando na adolescência é aquele? Que raio de terceira margem do rio tem as correntezas do Itararé, que em tupi-guarani quer dizer “pedra que o rio cavou”. Pedra que no sentido literário quer dizer morte. Morte? Almas? Almas penadas? Quem o jovem, depois taludo, anda levando de uma margem da vida para outra margem de outra vida – “Muito além do vale da sombra da morte”. Segue o livro. O menino deficiente – há pessoas que são aleijadas por dentro, disse John Lennon – conversa com a sua canoa chamada Faísca de Aladim (mil e uma noites?), com o rio, sua muleta, tecendo ramas de prosa, cardume de estrelas na terra e no céu, e assim toca o bonde da história romanceada, a alma nau atrevida, na carroça dos dias, até que o menino já feito homem começa a sondar se tem que dar no pira – mas tem medo de onças – ou se vai morrer ali nos cafundós onde o Cusarruim perdeu o all-star, sonha outros mares, outros rios, outras travessias, sonha filhos herdeiros, árvores de estrelas  e cavalos selvagens, sonha pirilâmpadas e porta-lapsos, sonha desvairados inutensilios, troios perigritantes,  sonha pirâmides e viagens astrais, e segue o historial ora de surrealismo, ora fantástico, num final que se arremessa sem ser exatamente e por natureza narrativa final propriamente dito, como se cada livro louco do autor (Deus usa os loucos para confundir os sábios?) começasse em um e terminasse no outro, com o rapaz já barbudo e cabelo como ninho de corvos, como um espantalho ribeirinho se achando uma mera Gota de água na beira do rio, um GOTO, portanto.

Opiniões (resenhas/resumos) sobre O GOTO

GOTO, Romance, A Lenda do Reino do Barqueiro Noturno do Rio Itararé, de Silas Correa Leite, membro da UBE-União Brasileira de Escritores

Resumo de Três Resenhas Sobre o livro Publicadas na web

1

Numa ótima narrativa bem situada territorialmente e em tessitura de prosa poética, personagens que vão se revelando em aspectos psicológicos e formadores aos poucos, o autor, na parte inicial apresenta o palco iluminado do circo historial todo do território-rio, beiras e margens, pântanos e brumas. E o personagem principal, Ari, que se autonomina Goto, vai contando histórias que colhe dos passageiros do rio e suas travessias, causos que não são desse mundo; e de passageiros navegantes de outras margens, almas penadas, de outras dimensões. Causo por causo, história por "estória", papos de bar, do passado, presente e futuro, como se ali fosse uma transversal do tempo, uma encruzilhada-rio, e assim o menino deficiente físico faz do remo a sua muleta, ou de sua muleta de aleijado o remo, em que, com seu andar de segura peido, seu calcanhar de frigideira, vai saltando pocinhas-histórias, voando nos remos, nas asas do rio, na sua própria imaginação-rio. Passageiros que já estiveram aqui, e o menino-navegador que tem o dom também espiritual-fantástico de fazer as pessoas contarem tudo para ele, começa a trazer moedas de outras paragens, de outros tempos, de épocas de Debret e Saint Hilaire no Brasil e na região de Itararé, que você não sabe qual é o rio e qual o personagem principal, mas vai, evoca, se aprofunda nas correntezas, mas sabe o rio criativo que o autor pincela no romance, cantando sua terra, seu rio que é o mais belo rio que corre por sua aldeia, seu Tejo tropical, particular e infinitamente lírico e, no caso, enlivrado em grande proporção no livro. O guri-ribeirinho, com suas mãos de pardal, suas mãos de água e sua alma-rio, adoece e vem visitas do tempo do imperador, de escravos a bandas de circos franceses antigos (almas de antigos naufrágios?), quando começa a colecionar moedas de gorjetas de uma outra época, como se achasse uma ponte de ouro no fim do arco-íris. E vai por aí o romance em sua narrativa que cativa, abduz, como se o atiçado leitor também tivesse nos finca pés da Canoa Faísca de Aladim, inventariando também as mil e umas noites do menino feito um Goto-Sherazade. - Lucia Camargo Mariano, in:

 http://www.overmundo.com.br/overblog/goto-o-novo-romance-de-silas-correa-leite

2

O menino atiçado, sensível – sensitivo? – começa a baldear além de passageiros comuns a passageiros estranhos, e também começa ganhar mais do que o pai que é barqueiro durante o dia, e acontecem coisas inexplicáveis, surreais, fantásticas, além do Goto, personagem principal do rio, sempre vir, ao raiar de cada manhã com um causo pra lá de interessante, do tipo história que povo conta, numa narração cênica, uma história pra contar pros velhos curiosos e sua plateia naquele ermo rural. Os causos no começo são uma espécie assim de cinema mental dos velhos, depois começam a acontecer coisas, o menino parece conhecer a alma do rio, a alma da canoa, a alma da noite, a alma do lugar, aqueles cafundós. Chega a um termo em que, os causos não se sabe se são do passado, do presente, do futuro, e se ele estaria transportando além de passageiros notívagos, talvez, também almas penadas encalhadas nos desvãos de outros desmundos, que veem no moço sensível, solícito e puro uma espécie de abridor de corações, destinos, mentes e vidas passadas, e deitam falatório enquanto ele ganha o rio levando a trazendo gente e não gente. Nessas contações, cada dia um causo, Goto começa a reavaliar a vida, a sondar e criticar os pais, entrando na fase da adolescência e logo ficando jovem, mesmo aleijado, o remo do barco sendo sua muleta, nos finca-pés da canoa meio encantada tece sua vida, sua fuga, sua alma-rio. Uma espécie de terceira margem do rio Itararé com um sentido historial. A alma do Goto é exposta, seu sistemático e implicante pai com mão de pardal, sua mãe humilde que adora o filho doente – achando que ele é louco - que fala só por versinhos pueris, e a canoa-imaginação vai singrando profundezas de momentos, almas, situações de conflitos. História com  densidade narrativa, o estilo todo próprio do autor elaborando um clássico que a obra se tornou, a sintaxe peculiar apontando cargas de profundidade, neologismos, palavras recuperadas, situações clarificadas, pertinências e entornos, e mesmo a visita do outro lado do mundo de soldados do imperador, escravos nus, dando tons bonitos ao encorpamento da tessitura do livro. - Antonio T. Gonçalves, in:

http://www.midiaindependente.org/pt/red/2013/09/524832.shtml

3

A bela e bucólica cidade histórica de Itararé, claro, santa estância boêmia das artes, aqui, literatura itarareense em seu melhor estilo, a Terra do Nunca feito palco iluminado do autor. No livro, o escritor desfila o bufão do personagem ribeirinho, o menino GOTO, num barco também meio encantado chamado Faísca de Aladim, em que o personagem principal leva e traz passageiros noturnos, cruzando de margem a margem as guirlandas espumosas do rio Itararé, do lado de São Paulo, ermo da periferia rural do município de Itararé, até Bom Jesus da Versalhada, nordeste do Paraná. A leitura da obra, uma viagem. Esse rio... esse barco... esse menino deficiente físico... E os causos hilários, as loucas contações, risadorias por atacado e implicações; falas bizarras (língua bastarda?), tudo acontecendo de acontecer para assim também extrapolar a vazão do rio de divisa de estados, e a imaginação espeloteada (e estrambólica) do navegante com seus dons, falácias, sua inspiração, sua doce e questionadora espiritualidade purgando umidades, estrelas e mesmo a hileia verde do habitat que o protege entre jaós, andorinhas, acrobáticos peixes salteadores e acontecências que não são desse mundo, não estão no gibi. Ah o Goto que meio criança e meio jovem, inocente, puro e besta, viaja na batatinha, na maionese, com seu lado sentidor, pensador, inquiridor, loquaz, já que fala pelos cotovelos, e que tem o dom de arrancar das pessoas tudo o que delas houve em vidas, acertos, errações e problemas. E as margens que oprime o rio, ora bruma, ora cerração, ora turvações propositais. Quem viaja nesse barco-livro é o leitor cativado também, pois o livro-canoa arrebata e leva, numa fruição náutica, narrativa fluvial em prosa que é cativante, sedutora, engraçada e lítero-culturalmente rica, entre causos pra boi dormir, entre remos, barrancos e desconcertezas paraexistenciais, a natureza e sua fauna e flora, mais a atiçada alma humana juvenil levitando, clarificando, sendo arrebatada pelo que ouve, capta, sente, mais o que aprofunda a natureza épica do romance. Na canoa ele pode andar, pelo menos; nos causos ele pode sair de si, voar, ditar os enfoques, gestos, sonoridades, tons e timbres. O pior lugar, lá, qualquer lá, é em si mesmo? O que é verdade, o que é mentira, o que é invenção transgressora e libertária, feito um rebelde de muletas, na terceira margem do rio Itararé? O Goto, a Faísca de Aladim, ou os rios causos navegados e navegantes, até navegadores? - Maria da Gloria L. M. Aranha, in:

http://www.partes.com.br/2013/10/20/goto-o-novo-romance-de-silas-correa-leite/

COMO COMPRAR

Para comprar o Romance GOTO, A Lenda do Barqueiro Noturno do Rio Itararé, de Silas Correa Leite:

Entre no site, cadastre-se, é seguro, e compre, pagando com cartão de crédito, é de confiança, o autor recomenda e garante:

GOTO Romance, Editora Clube dos Autores, Compre pela Web

O livro GOTO de Silas Correa Leite pode ser adquirido pelo site:

www.clubedeautores.com.br/book/151687--GOTO__Romance

Leia o Silas. Leia o Livro.

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Convites para mostras, palestras, congressos, debates, aulas, eventos litero-culturais, saraus, torpedos:

poesilas@terra.com.br

(Primeiro Rascunho, Apontamentos Para Aprovação do Escritor Retratado)

Antonio T. Gonçalves – CULT NEWS – La-goeldi@bol.com.br

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LINKS DE TEXTOS DO Silas Corrêa Leite

Alguns links de Resenhas Literárias de Silas Correa Leite, inclusive em links de sites de Portugal e da  África

http://www.amigosdolivro.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=3255

http://www.mallarmargens.com/2015/06/o-feroz-circulo-do-homem-de-carlos.html

http://www.paralerepensar.com.br/paralerepensar/texto.php?id_publicacao=9433

 

 

http://jornalcultura.sapo.ao/dialogo-intercultural/as-putas-tristes-de-gabriel- garcia-marquez

http://homoliteratus.com/author/silas/

https://poetasilascorrealeite.wordpress.com/2009/11/07/romance-a-menina-que-roubava-livros-resenha-critica-de-silas-correa-leite/

http://cartunistasolda.com.br/o-trevisanico-dalton-da-o-tom-morbido-da-escurez-humana/

http://www.incomunidade.com/v36/art.php?art=17

 

ENTREVISTAS SILAS CORREA LEITE

http://www.recantodasletras.com.br/entrevistas/2156096

http://fm.fafit.com.br/podcast/entrevista-com-silas-correa-leite/

http://tvcultura.cmais.com.br/provocacoes/provocacoes-entrevista-o-escritor-silas-correa-leite-bloco-1-

SILAS CORREA LEITE FM VUNESP-SP

Silas Correa Leite [Entrevista 1775]

http://podcast.unesp.br/perfil-30052013-silas-correa-leite

http://www.selmovasconcellos.com.br/colunas/entrevistas/silas-correa-leite-entrevista/

http://www.whohub.com/poesilas

http://www.fernandojorge.com/silas-correa-leite/4524102313

Resenhas:

http://homoliteratus.com/author/silas/

Entrevista a Rodrigo de Souza Leão

http://www.gargantadaserpente.com/entrevista/silas.shtml

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Breve Currículo: Bibliografia:

Silas Corrêa Leite, Ciberpoeta, ensaísta, blogueiro premiado pelo UOL, Professor e Especialista em Educação, Jornalista Comunitário (ECA/USP), diplomado Conselheiro em Direitos Humanos (SP), Coordenador de Pesquisas FAPESP-USP em “Culturas Juvenis”, é autor, entre outros, dos livros “O Homem Que Virou Cerveja”, Crônicas Hilárias de um Poeta Boêmio, Prêmio Valdeck Almeida de Jesus, Salvador/Bahia; “Porta-Lapsos”, Poemas, “Campo de Trigo Com Corvos”, contos premiados, incluído para a final do Telecom, Portugal. Da Estância Boêmia de Santa Itararé das Artes, SP, Cidade Poema, o autor foi premiado em Concursos de renome como “Paulo Leminski de Contos”; Prêmio Literal de Contos Fundação Petrobrás (Curadoria Heloisa Buarque de Hollanda); “Ignácio Loyola Brandão de Contos”; Ficções & Fantástico, “Simetria” (Microcontos), Portugal; Prêmio Biblioteca Mário de Andrade/Concurso de Poesia Sobre SP (Secretaria de Cultura Marilena Chauí); Prêmio Lygia Fagundes Telles Para Professor Escritor; Prêmio Cancioneiro Infanto-juvenil Instituto Piaget (Portugal); foi Vencedor do Primeiro Salão Nacional de Causos de Pescadores (USP, Jornal Estado de São Paulo/Rádio Eldorado/Promoção Parceiros do Tietê), entre outros, e consta em mais de cem antologias literárias em verso e prosa, inclusive na FBN-Fundação Biblioteca Nacional e no exterior. Seu ebook de sucesso, “O Rinoceronte de Clarice”, primeiro livro interativo da rede mundial de computadores, contos fantásticos, cada ficção com três finais, um final feliz, um final de tragédia e um terceiro final politicamente incorreto, por ser pioneiro e de vanguarda, único no gênero, foi divulgado na mídia, como Estadão, JBonline, Poetry Magazine (EUA), Diário Popular, Jornal da Tarde, Revista Época, Revista Ao Mestre Com Carinho, Revista Kalunga, Revista da Web, Minha Revista (RJ), entre outras, e concedeu entrevista aos programas Metrópolis e Provocações (Antonio Abujamra) TV Cultura/SP, ao programa “Na Berlinda” (Canal 21), Programa Imprensa e Cultura (Canal Universitário) e ao Jornal da Noite/Momento Cultural/TV Bandeirantes (Márcia Peltier), entre outros. O ebook, de sucesso (Portal Imprensa),  referência em livro virtual na internet, foi tese de Mestrado na Universidade de Brasília e tese de Doutorado em Semiótica pela UFAL-Universidade Federal de Alagoas, e reco9mendado como leitura obrigatória na matéria Linguagem Virtual, no Mestrado de Ciência da Linguagem, da UNICSUL-SC. Silas está publicado em mais de 800 links de sites. Tem artigos, poemas, microcontos, ensaios literários, resenhas criticas, letras de rock, twitter-poemas, twitter-contos, “Silas e suas “siladas” (humor) etc. publicados em jornais, suplementos de arte e cultura, revistas e fanzines. Por esse handicap líterocultural foi tachado pelo site Capitu como “O Neomaldito da Web”.

LIVROS Livros do Autor Silas Corrêa Leite

-01)-“Raízes e Iluminuras”, Poemas Escolhidos Para a Antologia de Concurso do Prêmio Eduardo Dias Coelho,  Elos Clube, Comunidade Lusíada Internacional, Ano 1995.

-02)-“Trilhas e Iluminuras”, libreto, Poemas, Coleção Prata Nova, Editora Grafite, Ano 1998, Editor Ademir Antonio Bacca, RS.

-03)-“Porta-Lapsos”, Poemas, Editora All-Print, Ano 2005. SP.

-04)-“Os Picaretas do Brasil Real”, Poema Social, Série Cantigas de Escárnio e Maldizer, e-book free Editora Thesaurus, Brasília-DF,  Ano 2006.

-05)-“Campo de Trigo Com Corvos”, Contos, Editora Design, Santa Catarina, Ano 2008, obra inscrita para finalista do Prêmio Telecom/Ficções, Portugal.

-06)- ASSIM ESCREVEM OS ITARAREENSES, Primeira Antologia de Prosa de Itararé, Editora All-Print, São Paulo, Idealizador, Editor e Organizador Silas Corrêa Leite

-07)-“Ele Está No Meio de Nós”, Romance virtual, E-book disponível no site de cultura www.recantodasletras.com.br

-08)-“O Rinoceronte de Clarice”, ebook de sucesso, primeiro Livro Interativo da Rede Mundial de Computadores, único no gênero e de vanguarda, com contos fantásticos, cada conto com três finais, um final feliz, um final de tragédia e um terceiro final politicamente incorreto,  Editora Hotbook, Rio de Janeiro. Foi destaque na mídia (Estadão, Jornal da Tarde, Diário Popular, Revista Época, JBonline, Poetry Magazine (EUA), Revista Kalunga, Revista da Web, Revista Ao Mestre Com Carinho, Minha Revista (RJ), CBN RJ, Programa Momento Cultural/Jornal da Noite, TV Bandeirantes, Márcia Peltier, Programa de TV “Na Berlinda”, Canal 21, Programa Metrópolis, TV Cultura de SP e Programa Provocações (Antonio Abujamra), TV Cultura de SP. E-book recomendando como leitura obrigatória na matéria Linguagem Virtual, no Mestrado de Ciências da Linguagem, na UNICSUL, Santa Catarina, tese de Mestrado na Universidade de Brasília e Tese de Doutorado em Semiótica na UFAL-Universidade Federal de Alagoas, com o Tema: “O Livro depois do livro: a Experiência Literária Hipertextual”. Obra disponível no site: www.biblioteca.universia.net/ - A Tese de Doutorado do ebook (livro virtual) “O RINOCERONTE DE CLARICE”, contos surrealistas e fantásticos, está disponível atualmente no link do site:  http://bdtd.ufal.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=197

-09)-“O Homem Que Virou Cerveja”, Crônicas Hilárias de Um Poeta Boêmio, Editora Giz/Primus, SP, Prêmio “Valdeck Almeida de Jesus” (Salvador, Bahia), Ano 2009

10)- “BUBOS TRANSVERSOS” Poemas e Deconcertezas – Abril, 2013 - Pela internacional Editora Bookess, disponível free no link http://www.bookess.com/profile/poesilas/books/

11)-DESVAIRADOS INUTENSILIOS, Poemas do Mundo da Web, Editora Multifoco, Rio de Janeiro, 2013

12)- ESTADOS DA ALMA, Acordes Dissonantes de "Mins", pelo site de Portugal WWW.carmovasconcelos-fenix.org/Escritor/silas-correa-leite-02.htm

13)-GOTO, Romance, A Lenda do Reino do Barqueiro Noturno do Rio Itararé, 2014, Editora Clube de Autores – www.clubedeautores.com.br

14)-TROIOS PERIGRITANTES, Microcontos, 2014, Editora Clube de Autores

15)-O TAO DA POESIA, Poemas na Linha de Tao, 2014, Editora Clube de Autores

16)-NÃO DEIXEM QUE TE TIREM A PRIMAVERA, Livro de Alta Ajuda, 2014, Editora Clube de Autores

17)-PIRILAMPADAS, Poemas Infanto-juvenis, Editora Pragmatha, 214

18)-SURTAGENS, Microcontos, Editora Tinta Livre, ebook: in http://www.tintalivre.com/surtagens?search=Surtagens

19)-O MENINO QUE QUERIA SER SUPER-HEROI, Romance Infanto-juvenil, 2014, Amazon, ebook:  http://www.amazon.com.br/MENINO-QUE-QUERIA-SUPER-HER%C3%93I-Infantojuvenil-ebook/dp/B00K9EECBK

Livro a ser lançado em breve:

-GUTE GUTE, Barriga Experimental de Repertório, Romance Infantojuvenil, aprovado pela Autografia Editora, Rio de Janeiro

 

Breve Fortuna Critica Resumo (Fragmento)

“Silas Correa Leite é um poeta criativo. A sua narrativa é de uma linguagem de hoje. Sua construção poética começa pelo título do livro ‘Porta-Lapsos’ Poemas. Um poeta que sabe desse oficio de escrever poemas com uma linguagem poética cativante” Jornalista e Poeta Álvaro Alves de Faria, Rádio Jovem Pan de SP

 “Quem lê Silas C. Leite jamais esquece. Adora sua loucura-lucidez, seu talento e estilo todo próprio de dizer na lata o que lhe cabe como metáfora” Ana Carolina Xavier, Jornalista/CMI Noticias, SP

Silas Correa Leite; belo nome, tem algo de astronauta. Nome que fica no ouvido. Com um nome assim, porque é uma dádiva, tem que pagar a dívida com belas obras. António Cabrita, Escritor, Moçambique, África.

Silas, sua poesia muitas vezes funciona como um chute na canela – desses que estão a dizer-nos, desperta ô cara! – é de uma originalidade a toda prova. Araken Passos Vaz Galvão Sampaio, Cineasta, Historiador, Literato, Valença, Bahia.

Caro poeta Silas Correa Leite Muito lhe agradeço o envio do Estatuto de Poeta em Russo. A impressão é que o Estatuto tenha sido originalmente escrito em russo! Nem se fala do texto em si que expressa, de modo sintético e inspirado, uma massa de detalhes relativos ao nobre trabalho de um poeta. Boris Vardanian, professor das línguas espanhola e portuguesa (Ucrânia/Lvov)

“Os internautas ganham a possibilidade de escolher um final de 11 contos que integram o livro de ficções Virtual, O Rinoceronte de Clarice” Diário Popular (SP) Caderno Informática, fragmento

 “Escritores do Brasil liderados pelo Poeta Silas C. Leite, manifestam-se contra o fim do jornal literário Nicolau do Estado do Pr” - Folha de SP Caderno Folha Ilustrada, fragmento de reportagem

Caro Silas: terminei seu livro hoje pela manhã, é realmente uma escrita muito bem cuidada, pautada no apego a uma língua paternal; língua média que se coloca entre o sábio interiorano e o leitor, cheia de estranhezas e de formas inteligentes... uma língua bárbara!  Jediel Gonçalves-Freydier brasileiro, trabalha na Université de Provence Aix-Marseille. É “écrivain, professeur de littérature, critique littéraire et traducteur”.

“O ebook de sucesso ‘O Rinoceronte de Clarice” de Silas Correa Leite, oferece ao leitor a possibilidade de escolher o melhor final dos contos que mais lhe agradem” Jornal da Tarde (SP), Caderno Variedades

“Campo de Trigo Com Corvos’ é um livro de contos no belíssimo palco boêmio de Itararé. Linguagem típica com surrealismo e mesmo o realismo fantástico do autor. Técnicas, voos, criações, enlevos, símbolos de perplexidade” Lúcia Camargo Antunes, Mídia Independente, SP.

“O que chama a atenção no texto de Silas Correa Leite é o prazer que o autor sente em narrar, prazer este que se transmite ao leitor como um forte apelo - o apelo que se espera da verdadeira literatura. Estamos diante de uma inegável vocação de escritor”. Moacyr Scliar

Silas Correa Leite é desses autores que tu lê e pensa: "Como esse cara escreveu isso? Daufen Bach. http://sociedadedospoetasamigos.blogspot.com/2012/02/silas-correa-leite-poeta-escritor.html

Silas Corrêa Leite é, sem sombra de dúvidas, um dos mais originais escritores deste Brasil pós-moderno. Autor de numerosas obras em verso e prosa, possui sua própria, peculiar e inconfundível visão de realidade, que vem manifestando de maneira socrática: com ironia, coragem, irreverência. Oleg Almeida, Escritor Russo radicado no Brasil. Fragmento de entrevista do autor à revista lusobrasileira “Revista eisFluências”

“O Rinoceronte de Clarice, de Silas Correa Leite (...) Um ebook interativo. São 11 contos com três opções de final para cada um. O leitor pode escolher como a história acaba, de acordo com o humor do momento”  Revista Época, Reportagem sobre e-books e tecnologias modernas para a literatura

 “O autor lançou recentemente Porta-Lapsos, denso  livro de versos, palavras e situações. Belas histórias, para se ler em somente uma madrugada. Estamos falando de Silas Corrêa Leite, Rodrigo Capella, Roteirista, Escritor, Palestrante

 

Itararé... Um palco... estrelas caíram do céu e iluminaram Itararé... Mestre Silas, minha profunda admiração ao poeta que se firma como ser humano pelo lindo trabalho que faz com a palavra: "Sois alquimista" – Sandra Raposo Tenório, Professora de Literatura na FAAP-SP

Amigo Silas Correa Leite, li e reli seu ótimo livro, Desvairados Inutensílios. Me encantei. Não que não conhecesse o seu talento, pois há tanto tempo que o admiro. Mas é que cada novo poema, cada nova “brincância”, cada nova recordação do tempo de menino... parecem saltar diante da gente pela primeira vez. É tudo novidade. Há páginas que choram e fazem chorar. Há outras em que o humor escorre em cascata de gargalhadas. E tome filosofia da maneira mais simpática divertida nas suas “siladas”! O seu livro é realmente um prazer, caro amigo Poeta. Deliciei-me, comovi-me, meditei, adorei! Que a sua querida musa, seu “trevo de quatro folhas”, prossiga a inspirá-lo sempre para as mais belas jornadas através dos deliciosos meandros de nossa amada Poesia! Com sinceros agradecimentos e a admiração da amiga de sempre. Dorothy Jansson Moretti, SP, Escritora Premiada, Professora, Jornalista, Autora de Instantâneos, Crônicas

Caro Silas, comecei a ler o "Desvairados Inutensílios". Estou gostando muito. Achei muito nobre de sua parte as homenagens prestadas a seus queridos pais, que, com certeza, do outro lado, devem estar muito felizes por você. A nossa cidade natal, a querida "Itararé das Artes", também deve estar muito orgulhosa de seu filho o poeta Silas Correa Leite, pelo seu trabalho e pelo amor a ela demonstrado em suas obras. Parabéns e um grande abraço. Lauro Ribas Rolim

“Silas Corrêa Leite, Poeta com P maiúsculo, autor do belo e poético romance “O Goto, A Lenda do Reino do Barqueiro Noturno do Rio Itararé” (...); autor do originalíssimo “DESVAIRADOS INUTENSILIOS”, Poemas, onde o talento de poeta fulgura como um diamante luminoso num veludo negro(...). – Fernando Jorge, Escritor e Jornalista – www.fernandojorge.com

Silas Amigo/Poeta: Tocou-me o forte e inventivo poema seu (em minha homenagem, chamado “Acervo Lastro” in, Porta-Lapsos, Poemas ) Muito grato. Somos ícaros, sim, nós que escrevemos e somos escritos. Fiquei maravilhado pela sua lucidez(...); também pela sua extraordinária e iluminada crítica de meu livro ( "Um circulador de alucilâminas salmando escombros humanus em estrofes de prosa poética da cor púrpura"; resenha luminescente de Silas Corrêa Leite, no link http://www.letraselvagem.com.br/pagina.asp?id=337) onde senti lucidez e conhecimento. O abraço afetuoso do Carlos Nejar.

 

 “Os trabalhos em prosa de Silas Corrêa Leite são cênicos, fílmicos...” João Silvério Trevisan/Balaio de Textos/SESC

“Eu assinaria embaixo de seus microcontos” – Ignácio de Loyola Brandão

“A Estância Boêmia de Santa Itararé das Artes, Cidade Poema, Terra do Nunca, é como o autor se refere ao cenário de toda a mágica e contagiante história de Goto, romance engenhoso e excêntrico. Neste livro-labirinto, tudo se inicia nas contações inusitadas de Ari, um menino intrigante. O menino é um sonhador que, durante o decorrer da leitura, ajuda o pai no seu ganha-pão, trabalhando à noite, levando pessoas misteriosas à outra margem do Rio Itararé no seu barco mágico. O menino é literalmente uma fenda temporal. Depois do trampo, cansado, sujo, deficiente, ainda arranja tempo para cuidar da mãe, e contar para o pai as narrativas mirabolantes cada vez mais esquisitas que vinha aprendendo com seus supostos viajantes. A partir daí, a história se adentra no mundo da fantasia, e cada conto do menino dá a parecer que o leitor embarca numa peça de teatro, depois num filme vintage, ora entra num conto de fadas desconcertado. Com toda a trama se desenrolando, como gato brincando com novelo, Goto te impressiona, te conquista e desperta em você a vontade de correr à casa do autor e bater palmas. Não se enganem os leitores em achar que este místico romance é apenas um livro, pois estou certo de que seu algo a mais corresponde a uma obra de arte impressionante e contagiante! Resumo de breve resenha de Lucas de Lazari Dranski – 15 anos, poeta, escritor, blogueiro, de Itararé-SP

Jornalista e Poeta Álvaro Alves de Faria (Jovem Pan): “Silas Corrêa Leite, me permita chamar você de amigo. Você me fez chorar. Li o que você escreveu sobre o meu livro “O Tribunal” (Editora Letra Selvagem, Romance), fiquei comovido. Você foi muito generoso comigo (...) Escrevi o livro com 24 anos de idade, publicado em 1971 virou filme longa-metragem com o nome "Onde os Poetas Morrem Primeiro". O livro volta agora tanto tempo depois (...) Acredite, meu amigo, você me comoveu. Um texto que só poderia ser escrito por um poeta como você. Peço licença para colocar seu texto no meu site, depois do lançamento. Grande abraço. Obrigado Álvaro Alves de Faria”

Sobre CAMPO DE TRIGO COM CORVOS, Contos Premiados, ALGUNS SÍMBOLOS DA PERPLEXIDADE – Editora Design, Brasil, Finalista Prêmio Telecom Portugal

O título, sumamente concreto e substantivo, impele ostensivamente para zonas sensoriais e pictóricas. No entanto, “Campo de Trigo com Corvos” não é mera reprodução do quadro de Van Gogh onde o trigo, amarelo, eivado das chamas loucas do pintor, escorraça de seu seio o bando negro dos corvos. No livro, muito para além dos afugentados, corvos há que permanecem pairantes ou, mais ainda, baixando ao rés do solo jogam-se contra as pessoas provocando a clivagem. E esta fórmula aproxima os textos de uma realidade mais humana(...). Mas, na arte de contar estórias, e é um pouco do que se trata aqui, o texto recorre globalmente a técnicas específicas da pintura. Designadamente, dos seguintes modos: Os fatos sucedem-se em tom linear, contíguos ou adjacentes, em direção a um desfecho, previsível ou não, podendo-nos apropriar neste caso da imagem do rio que decorre e atravessa a paisagem rumo à foz. A disposição da narrativa procede à colocação ou disposição de cenas paralelas, quadros que se encostam na vertical, ou na horizontal, às vezes na diagonal. Lembrando um pouco os vitrais medievais que ainda hoje se encontram nas catedrais. Postado na posição do personagem, o narrador reavém e sintetiza em frases-cristais largas faixas de vida transcorrida. São parágrafos breves, como riscos impressionistas e apressados, que intentam ou ensaiam remover um vulto de episódios para um mínimo centro, na vã tentativa de os aprisionar.(...). Por outro lado, mais do que abordagens textuais que imitam técnicas fílmicas ou de vídeo, nota-se um apropriar de materiais atinentes ao teatro. Desde logo, na encenação criteriosa e fiel de palcos que suportam os personagens, a reconstrução de sítios, locais, ambientes ou atmosferas.(...) Alguns títulos, algumas frases, preparam para ocorrências posteriores do conto. É uma espécie de levantar do véu, destapar de roupas femininas, jogo de sedução e permeio. Que muitas vezes pode desaguar num dos recursos anteriores, anulando ou aparelhando os efeitos: o imprevisto. Mas, o mais robusto de todos os recursos é o golpe-de-teatro. Repare-se que a própria palavra de que vimos falando integra a nova palavra, esta, aliada a golpe. Quando tudo se encaminhava no rumo certo, quando a rotina ou a monotonia se estavam solidificando, eis que de supetão tudo se desmorona, tudo se transtorna, ficamos submersos nas estrias que estouraram sobre nossas cabeças, fica tudo de pernas ao ar, a mesa, a casa, o livro, o corpo, a mente. Apesar de usado e abusado, o conto produz-se hoje em doses avulsas. A despeito de sua condenação, final da história e seus componentes-trave: narração, tempo e espaço, decretados pelo noveau-roman(...). Não basta hoje dispor magnanimamente da arte de contar. Não basta, como a Silas Corrêa Leite, ser um domador de estórias. É condição, ainda e nomeadamente, inventar histórias, seu entrechocar, prover à invenção de uma “história nova(...) Existe a história que é canto, beco e síntese(...). Existe a história que se traduz inteira e integral (...). Existe a que se senta na paragem, recusa avançar de momento e aguarda o porvir(...). Existe a história que se metamorfoseia em lenda, veste-se mágica, irreal (...). Existe a história contida, espelho de deserto dos tártaros, com tempestade iminente mas que não desaba em “Campo de Trigo com Corvos”. Mas todo livro é ou pretende ser uma obra literária. E é só isso que importa. Obtê-lo, consegui-lo, é todo o mérito e o valor acrescentado possível. Também aqui se obteve largamente esse desiderato. Observemos alguns dos meios. Ou fins. Deitando mão de uma linguagem que, afora o popular, o linguajar, a gíria, agarra os elementos específicos de dialetos, sintaxe indígena, eivando a escrita de vocábulos originados do tupi. Exercitando uma experiência genialmente rasgada noutros países de língua de expressão portuguesa por Mia Couto e Luandino. Dando o braço à metáfora, à imagem em novos moldes, revitalizando os textos. E desse modo obtendo o viço, a chispa, o engaste de muitas frases. Alongando a metáfora, expandindo-a, cingindo-a a personagens inteiros ou à globalidade do conto. Metáfora que se transforma em alegoria (...) E neste particular merece realce a intensa e não pretensa construção de novos vocábulos. Fruto de tentativas ou abordagens díspares. Usando a colagem, a composição, errônea em aparência mas sempre imprevista, como no caso de “esposa-vítima”, “vento-coisa”, “nuvem-lesma”, “instante-trevas” ou “lebre-dor”. Recorrendo à síncope, como se verifica em “marra” e “garra”. Provocando a junção, de que poderemos enunciar “enfebre”, “nágua” e “cinzazul”. Adstringindo a preposição, prefixada, em “de-vereda”, “de-assim” e “de-primeiro”. Neste campo, de trigo literário, em que muitas letras são corvos, entendo que o mais subtil e profundo recurso resulta do germinar de vocábulos novos, que estimulam os acordes da sintaxe, da fonologia e da morfologia. Realizando cambiâncias, muito pouco vistas e nada pouco inesperadas. Ousando obter o substantivo a partir do verbo, do adjetivo, ou mesmo do próprio substantivo. Obtendo ligas que só ao alquimista são permitidas (...). Do inúmero número de vocábulos em que se verifica um processo de alteração da categoria sintática, ou manutenção sintática por força de novo vocábulo, quer por ação da base quer do derivado, topamos estas nominalizações deverbais: “acontecência”, “havência”, “pertencimento”, “andação” ou “conhecença” (...) Recuando: perante o impasse da estória, notória se torna a premência da exploração de técnicas e moldes e dados inovadores. Porque não basta à ficção reproduzir a realidade ou ser espelho do real. Isso já se fez ou é horta de outras artes. Da perícia autoral depende a superação do real. Mais: a sua subversão(...) E já que entramos na corrente, deveremos referir a mais ousada ousadia presente neste livro. Algo que apelidaríamos de transrealismo. Obter do texto a superação do real, a sua mistificação, submeter e soterrar normas, o erigir de um outro real. Falávamos de artes plásticas. De artes cênicas. De linguística. E, sobretudo, de arte literária. E corrente. Literária, claro, mas não só. Tudo muito apreciado. Mas então, e a vida? Porque é o sangue dela que muitos pretendem, ou preferem ver escorrer das letras dos livros. Diria: Existe, como metáfora da terra, e dela, a vida, um extenso campo de trigo. E pequenos pontos negros no meio do trigo, os corvos. Este é o palco, é aqui que tudo decorre. Com o sol por testemunha ou sob o céu noturno. Os pequenos pontos negros por vezes exaltam-se. Rebelam-se. Ficam loucos. Pode dar na destruição de todo o enorme campo. De trigo. E é assim que a vida se eleva (mesmo quando derrubada). Porque ela é em simultâneo

Luz e escuro

Branco e negro

Gozo e dor

Água e fogo

Campo de Trigo e Corvos.

Antero Barbosa – Literato de Porto, Portugal (Poema, Ficção, Ensaio). Licenciado em Estudos Portugueses, Diretor de Escola de Ensino Superior. Crítico Literário, autor dos livros “Contextos” (Contos) e  “Ramos e de Repente (Poemas). Prêmio de Poesia Brétema, 1990, e Prêmio Trindade Coelho, 2005.

Silas Correa Leite no Jornal PRAVDA da Rússia

No site do Jornal PRAVDA da Rússia, no link http://port.pravda.ru/sociedade/cultura/02-09-2015/39379-vira_latas-0/ internautas do mundo inteiro podem acessar e ler a resenha critico-literária do premiado escritor Itarareense, Silas Corrêa Leite (...) O link da internet aponta para comentários literoculturais do autor Itarareense sobre o novo livro do professor universitário Adelto Gonçalves, 'Os Vira-Latas da Madrugada'

Silas Corrêa Leite começou a escrever para o jornal O Guarani em 1968, com 16 anos e apenas o curso primário, quando ainda era garçom de bar(...) Migrando para SP em 1968, voltou a estudar, sempre escrevendo, colaborando com o jornais de Itararé. Depois de formado, ganhou prêmios de renome, vencedor do Primeiro Salão Nacional de Causos de Pescadores, promovido pela USP-Universidade de SP, que foi reportagem no Jornal O Estado de São Paulo e na Rádio Eldorado(...) Ganhou outros prêmios, inclusive no exterior, constou em mais de 100 antologias literárias em verso e prosa, até internacionais, com textos publicados também no Jornal Correios do Brasil, Observatório de Imprensa, Mundo Jovem, Trem Itabirano, e mesmo em fanzines, suplementos culturais e revistas eletrônicas no  Brasil, na Europa (Portugal, Itália), na África (Angola, Moçambique), América (EUA, Argentina, Chile), sempre promovendo causos e acontecências de Itararé. Também foi destaque em todas as redes sociais, e mesmo na mídia televisiva, como TV Bandeirantes, TV Cultura, Canal Universitário, GNT, e ainda no Diário Popular, Jornal da tarde, Revista Época, Revista Ao Mestre Com Carinho e outros veículos de comunicação. Foi ainda destaque no Vestibular de Letras da FAFIT de Itararé, e no vestibular da VUNESP-SP, além de premiado no Mapa Cultural Paulista, representando Itararé. Jornal O Guarani - http://www.jornaloguaraniitarare.com.br/blog

 

LETRAS-RESENHA CRÍTICA

‘Goto’, Um Romance Pós-moderno                                                                                                             Resenha de Adelto Gonçalves (*)

                                                        

            Itararé, pequena cidade do Estado de São Paulo na divisa com o Paraná, ganhou notoriedade à época do movimento civil-militar de 1932 em que a alta burguesia paulista, desalojada do poder em 1930, tentou, de maneira desastrada, afastar pelas armas o regime instaurado igualmente à força por Getúlio Vargas (1882-1954), fazendeiro gaúcho que soube galvanizar o ressentimento das demais unidades da Federação contra a chamada política do “café com leite”.

Como se sabe, desde o advento da República, capitalistas paulistas e mineiros, praticamente, tinham o monopólio dos benefícios e benesses que a União poderia oferecer, usufruindo-os à exaustão, enquanto os demais Estados chafurdavam no subdesenvolvimento, quase todos entregues à espoliação promovida por suas oligarquias locais.

Em 1932, deu-se então o episódio da projetada batalha de Itararé, “aquela que não houve” porque as forças de um lado e de outro concluíram que não valia à pena levar adiante aquela guerra fratricida, com a capitulação das elites paulistas, que já haviam sido derrotadas em 1930, com o afastamento abrupto do presidente Washington Luiz (1869-1957). O episódio foi utilizado, de maneira jocosa, pelo jornalista, humorista e escritor Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly (1895-1971), conhecido por Apporelly, que passou a apresentar-se sob o falso título de nobreza de barão de Itararé.

Obviamente, o que houve foi uma conciliação de interesses, que permitiria a Vargas levar até 1945 um projeto de governo autoritário e populista que haveria de flertar ostensivamente com o fascismo e o nazismo, até a virada em favor dos Aliados (Estados Unidos, Reino Unido e União Soviética) que se opunham aos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Hoje, sabe-se, porém, que a história oficial escondeu que houve mortos de lado a lado em Itararé, entre os invasores gaúchos e os resistentes paulistas.

I

Mais de oitenta anos depois, a bucólica Itararé agora entra pela porta da frente da Literatura Brasileira e ganha foro comparável ao do Yoknapatawpha County de William Faulkner (1897-1962) na literatura norte-americana, e de Macondo de Gabriel García Márquez (1927-2014) e de Santa Maria de Juan Carlos Onetti (1909-1994) na literatura latino-americana. A paulista Itararé é o palco das aventuras contadas por Aristides, ou Ari, ou ainda Goto, personagem do romance Goto – o reino encantado do barqueiro noturno do rio Itararé (Joinville-SC, Editora Clube de Autores, 2014), de Silas Correa Leite (1952).

                                               II

Obra do século XXI, em que toda a coerência formal da narrativa já foi desrespeitada, Goto surge como romance pós-moderno, ou seja, é fragmentado, desintegrado e de linguagem rebelde, assumindo-se como não-romance ou anti-romance, ao romper com as fôrmas literárias do Romantismo e do Modernismo, como diria o insuperável professor e ensaísta Massaud Moisés (1928).

Afinal, o barqueiro, em seu trabalho de levar gente de uma margem para outra do rio Itararé, contava para o que ouvia, mas falando na primeira pessoa, exatamente do mesmo modo como havia ouvido o caso.  Com isso, o romance adquire também um sentido polifônico, ou seja, composto por muitas vozes que não a do autor, tal como definiu o crítico literário e filósofo da linguagem russo Mikhail Bakhtin (1895-1975), ao analisar a obra de Fiódor Dostoiévski (1821-1881). É nesse sentido que se pode dizer que Goto alcança o status de pós-moderno.

II

De fato, dono de um estilo inconfundível, Silas Correia Leite é, no dizer do poeta bielo-russo-brasileiro Oleg Almeida (1971), um dos mais originais escritores deste Brasil pós-moderno, com uma visão da realidade que se manifesta de maneira socrática: com ironia, coragem e irreverência. E isso o leitor constata com facilidade logo nas primeiras linhas deste romance permeado por “causos” contados pelo barqueiro de Itararé, como o do ancião analfabeto que assinava havia mais de 50 anos um jornalão do Rio de Janeiro apenas porque precisava de papel farto para embrulhar a carne de seu açougue.

Além dos “causos” contados em linguagem caipira, há o depoimento em que Goto, espécie de alter ego do autor, conta as agruras pelas quais passou nas mãos dos esbirros da ditadura civil-militar (1964-1985) que tanto infelicitou a Nação brasileira:

“Era o regime de exceção. Era o arbítrio. Eu mesmo senti na pele a dor crucial dessa época (....). Pendurado num pau de arara, sem água, sem luz e sem pão, eu  não podia dizer muito porque nunca tinha atentado contra ninguém, minha única arma era a palavra escrita e falada, porque eu era bom de dialética e sabia ocupar meu espaço denunciando, reclamando, pedindo por eleições diretas e o fim das insanidades palaciais. Se eu soubesse muita coisa, de qualquer maneira, confesso que jamais contaria, eu não era um alcaguete e sabia suportar pressões. (Mas apanhei muito. Várias vezes. Quase morri. (...).”

                                                           III

            Silas Correa Leite, educador, jornalista comunitário e conselheiro em Direitos Humanos, começou a escrever aos 16 anos no jornal O Guarani, de Itararé-SP. Migrou para São Paulo em 1970. Formado em Direito e Geografia, é especialista em Educação pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, com extensão universitária em Literatura na Comunicação na Escola de Comunicações e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo (USP). É autor também, entre outros, de Porta-lapsos, poemas (Editora All-Print-SP), Campo de trigo com corvos, contos (Editora Design-SC), obra finalista do prêmio Telecom, Portugal, 2007, e O homem que virou cerveja: crônicas hilárias de um poeta boêmio (Giz Editorial-SP), Prêmio Valdeck Almeida de Jesus, Salvador-BA, 2009.

Seu e-book O rinoceronte de Clarice, onze ficções, cada uma com três finais, um feliz, um de tragédia e um terceiro final politicamente incorreto, por ser pioneiro, foi destaque em jornais como O Estado de S.Paulo, Diário Popular, Revista Época, Revista Ao Mestre Com Carinho e Revista Kalunga e na rede televisiva. Por ser único no gênero e o primeiro livro interativo da Rede Mundial de Computadores, foi recomendado como leitura obrigatória na disciplina Linguagem Virtual no Mestrado de Ciência da Linguagem da Universidade do Sul de Santa Catarina. Foi tema de tese de doutorado na Universidade Federal de Alagoas (“Hipertextualidade, o livro depois do livro”).

Silas Correa Leite recebeu os prêmios Paulo Leminski de Contos, Ignácio Loyola Brandão de Contos; Lygia Fagundes Telles para Professor Escritor, Prêmio Biblioteca Mário de Andrade (Poesia Sobre São Paulo), Prêmio Literal (Fundação Petrobrás), Prêmio Instituto Piaget (Lisboa, Portugal/Cancioneiro Infanto-Juvenil); Prêmio Elos Clube/Comunidade Lusíada Internacional; Primeiro Salão Nacional de Causos de Pescadores (USP), Prêmio Simetria Ficções e Fantástico, Portugal (Microconto), entre outros. Tem trabalhos publicados em mais de 100 antologias e até no exterior (Antologia Multilingue de Letteratura Contemporânea, Trento, Itália; e Cristhmas Anthology, Ohio, EUA). Acaba de publicar pela Editora Pragmatha, de Porto Alegre-RS, Pirilâmpadas, poesia infanto-juvenil.

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Goto – o reino encantado do barqueiro noturno do rio ItaraRé, de Silas Correa Leite. Joinville-SC: Editora Clube de Autores, 432 págs., 2014. Site: www.clubedeautores.com.br

E-mail: poesilas@terra.com.br

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 (*) Adelto Gonçalves é doutor em Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de Os vira-latas da madrugada (Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1981; Taubaté, Letra Selvagem, 2015), Gonzaga, um poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999), Barcelona brasileira (Lisboa, Nova Arrancada, 1999; São Paulo, Publisher Brasil, 2002), Bocage – o perfil perdido (Lisboa, Caminho, 2003), Tomás Antônio Gonzaga (Academia Brasileira de Letras/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2012), e Direito e Justiça em Terras d´El-Rei na São Paulo Colonial (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2015), entre outros. E-mail: marilizadelto@uol.com.br

http://www.escritas.org/pt/n/t/38895/resenha-de-goto-romance-por-adelto-goncalves-doutor-em-literatura-da-usp